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Rio de Janeiro: cidade nada “Hollywoodiana”

O modelo de municípios vistos nos filmes está longe de ser um ideal carioca
Assessoria de Comunicação Por: Juney Freire 12/06/2019 - 16:56
Imagem mostra desenho da cidade do Rio de Janeiro
Professor explica diferenças da capital carioca
A cidade do Rio de Janeiro está longe de configurar os típicos padrões de cidades hollywoodianas, isto é, padronizadas por uma arquitetura de lugares desenhados e bem modelados. Há de se afirmar que a geografia da capital carioca é confusa, tanto para o turista, quanto para o próprio morador. Nunca se sabe qual rua nobre pode acabar em uma favela ou qual região pode estar livre de alagamentos. O desenvolvimento desigual da cidade maravilhosa levou a concentração da população mais pobre às áreas mais elevadas – favelas –, por serem, na sua gênese, territórios que não interessavam ao mercado de terras, devido à falta de infraestrutura.
 
Na visão do Doutor em Planejamento Urbano e professor da UNIVERITAS – Centro Universitário Universus Veritas Rio de Janeiro, Heitor Silva, a capital carioca nunca foi e nem será o modelo circular de cidade proposto desde os primórdios do planejamento urbano, vindos da tradição anglo-saxã. “Nestes moldes, os centros concentram as atividades econômicas, abrigando os pobres em guetos. Enquanto que, na periferia próxima, habita a classe média, o que nada tem a ver com os subúrbios degradados do Rio. Diferente da imagem que Hollywood espalhou pelo mundo de pequenas comunidades, com casas sem muro e grandes gramados”, explica Heitor.
 
A impossibilidade da reprodução deste modelo de cidade no Rio de Janeiro deve-se à existência dos morros e à resistência da classe média de sair do centro para a periferia próxima, por conta da baixa qualidade das redes urbanas. São exemplos o gás encanado, que termina a 13 km do centro, alguns transportes públicos que ainda são deficientes e apresentam horários irregulares, além da falta de equipamentos culturais e de lazer fora do centro.
 
A falta de planejamento urbano ocorre desde a fundação da cidade, quando os escravos foram libertos e, sem local para onde ir, subiram os morros em busca de abrigo. As consequências de uma não estruturação imediata se alastra décadas depois, sem uma perspectiva de melhora que impacta a sociedade como um todo, em todas as áreas da vida cotidiana, seja na geografia, seja na segurança mediante a eventos de chuvas e enchentes.
 

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