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Pesquisa inédita revela novo tratamento para esquistossomose

Estudo foi elaborado por pesquisadores da Universidade UNG e estima-se que 500 mil pessoas morrem todos os anos vítima da doença, popularmente conhecida como barriga d’água
Assessoria de Comunicação Por: 22/12/2020 - 15:27 - Atualizado em: 30/12/2020 - 15:31
Um estudo inédito, realizado pelo Núcleo de Pesquisa em Doenças Negligenciadas do Programa de Pós-Graduação de Mestrado e Doutorado na área de Enfermagem e Saúde da Universidade UNG, mostra a eficácia no uso de própolis vermelha no tratamento de esquistossomose, doença popularmente conhecida como “barriga d’água”. A pesquisa foi divulgada na publicação científica Journal of Ethnopharmacology. 
 
A esquistossomose é uma doença que atinge, sobretudo, o fígado e o baço do ser humano, o que faz com que a barriga inche, causando uma série de problemas, como anemia, desnutrição e defasagem de aprendizado, em especial nas crianças. Estima-se que 300 milhões de pessoas contraiam a doença e 500 mil chegam a óbito todos os anos, especialmente em regiões de pobreza, como nas periferias brasileiras, e países da América Latina, África e Ásia. 
 
A pesquisa com a própolis mostrou, em estudos in vitro e com camundongos, ser eficaz já na fase inicial da doença, ou seja, quando o parasita ainda não se desenvolveu. Isso significa dizer que o tratamento precoce é efetivo assim que alguém contraia o verme para dentro do organismo, evitando, portanto, todos os problemas decorrentes. 
 
“Os estudos in vitro nos mostraram que a própolis é capaz de matar o verme e evitar a sua reprodução. A partir daí partimos para análises com camundongos, e tivemos os mesmos resultados. Para nossa felicidade, a própolis teve um efeito antiparasitário muito positivo. A partir de agora, precisamos realizar os ensaios clínicos, isto é, encontrar um grupo de pessoas com a doença para avaliar a eficácia terapêutica da própolis”, aponta o professor da UNG, Josué de Moraes que coordenou a pesquisa. Moraes é um dos pesquisadores mais influentes do mundo, segundo pesquisa conduzida pela Universidade de Stanford, da Califórnia, nos Estados Unidos, divulgada em novembro. 
 
Atualmente, só há um medicamento capaz de matar o verme, que se hospeda nos vasos sanguíneos e se alimenta de sangue e glicose. O problema desta medicação é que ela só pode ser usada na fase crônica da doença, ou seja, quando o verme já é adulto e está produzindo ovos dentro do organismo humano. Isso porque o medicamento (praziquantel) é administrado apenas 40 dias após o verme se hospedar no corpo humano. 
 
“O problema deste fármaco é que ele não garante a eficácia no tratamento, uma vez que, ao medicar o doente com esquistossomose, o verme já está na fase adulta; consequentemente, os ovos, que são os responsáveis pela gravidade da doença, já estão depositados no organismo”, adverte o pesquisador. 
 

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