
Por Carlos Mello
Por conta da pandemia da Covid-19, muitos setores tiveram que se reinventar e para o mercado gastronômico não foi diferente. Os mais diversos setores do ramo alimentício precisaram se inovar para não fechar as portas. Uma das formas para seguir na concorrência e forte no mercado foi adotar o esquema de delivery.
O professor de Gastronomia da UNIVERITAS - Centro Universitário Universus Véritas Rio de Janeiro, Rodrigo Alves, explicou como foi a estratégia adotada por vários locais para agir diante da situação tão desafiadora: “O foco atual, é pensarmos que existem diversas oportunidades para o mercado voltando a aquecer a economia no ramo gastronômico. Para isso precisamos focar em inovação de modo a atender o solicitado pela sociedade, planejamento, qualidade e uma ótima gestão do negócio”, disse.
De acordo com a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), antes da pandemia eram 200 mil restaurantes por quilo ou self-service, que são muitos tradicionais para quem almoça fora. Agora, a estimativa é que o número tenha sido reduzido para 120 mil, ou seja, 80 mil estabelecimentos deixaram de existir. O coordenador ressaltou o foco para voltar a ficar tudo normalizado, mas alertou que será aos poucos: “Apesar de todas as dificuldades podemos identificar uma recuperação no setor, o que será aos poucos, pois não é fácil superar o ocorrido em um curto espaço de tempo. Para seguir essa recuperação, é importante trabalhar de forma a respeitar a sazonalidade dos alimentos, ou seja, sua época certa de consumo, diminui custos e torna os produtos mais saborosos. Oferecer alimentos regionais, valorizando a cultura, também é uma ótima alternativa para alavancar as vendas”, apontou.
Diante disso, o esquema de delivery foi mais utilizado para evitar um possível fechamento das portas. Segundo levantamento da Statista – empresa especializada em dados de mercado e consumidores – mostrou que o Brasil foi destaque no segmento de delivery na América Latina em 2020. O país foi responsável por quase metade dos números do delivery, 48,77%: “Muitos estabelecimentos que trabalhavam com serviço de buffet ou balcões precisaram se adaptar ao novo normal, oferecendo serviços de entrega para sobreviverem a crise. Com isso cada empresário teve que redobrar o cuidado na elaboração dos pratos até a chegada impecável ao cliente, oferecendo porções individuais ou que atendam quatro pessoas”, destacou.
Além disso, o empresário do ramo gastronômico teve que ver a mudança de hábito dos brasileiros: “Houve aumento do consumo de alimentos industrializados, principalmente os ultras processados, de baixo custo, fácil armazenagem e aquecimento nada saudáveis. Esses produtos, substituem facilmente refeições e são encontrados em supermercados, que se mantiveram abertos por ter classificação de serviço essencial”, concluiu.
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