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Maquetes em 3D facilitam comunicação de arquitetos e clientes

O equipamento trouxe grandes mudanças para a profissão, como a economia de tempo na modelagem das maquetes
Por: Taísa Silveira 12/12/2017 - 10:57 - Atualizado em: 12/12/2017 - 12:26
Maquetes em 3D facilitam comunicação de arquitetos e clientes/Freepik
Maquetes em 3D facilitam comunicação de arquitetos e clientes/Freepik
Por: Rafaella Sabino
 
Ao construir a impressora 3D em 1984, o norte-americano Charles Hull não imaginou que um dia a sua invenção traria tamanhos benefícios à população. Seu objetivo inicial era a criação de lâmpadas para solidificação de resinas. Mas, com o passar do tempo e o avanço da tecnologia, a máquina se tornou ainda mais versátil, útil e surpreendente. Hoje, é possível imprimir desde pequenos objetos de plástico, doces, carros, roupas, instrumentos musicais até réplicas de órgãos humanos para aprimoramento da medicina.
 
Primeiramente é necessário ter um projeto do que se pretende reproduzir e, em seguida, a máquina deve ser programada por meio de um software específico, escolhido a partir do grau de complexidade da impressão. Ao invés de tinta e papel, o procedimento acontece por meio da adição de camadas da matéria-prima fornecida que pode ser plástico ou compostos orgânicos. O tempo do processo dependerá do tamanho e complexidade do objeto. Na década de 90, o valor do equipamento ficava em torno de meio milhão de dólares. Atualmente já é algo bem acessível e pode ser encontrado na internet a partir de R$ 800, dependendo apenas do tamanho, modelo, fabricante e do que se deseja reproduzir.
 

Como a impressora 3D impactou a Arquitetura

A arquitetura também é uma das áreas beneficiadas pela impressora 3D, desde o trabalho mais básico de criação de miniaturas até a construção de casas - uma realidade já presente na China e Rússia. O equipamento trouxe grandes mudanças para a profissão, dentre elas a economia de tempo na modelagem de maquetes e a possibilidade de trabalhar melhor o acabamento dos projetos. 
 
Segundo o professor do curso de Arquitetura e Urbanismo da UNG Evandro Pereira da Silva, a tecnologia possibilita que o arquiteto possa projetar tanto o edifício como também se inserir no desenvolvimento dos elementos que irão contribuir com a materialização do projeto. “Pode ser uma caixilharia, um mobiliário determinado para um ambiente ou até mesmo um componente não seriado, construído pela indústria para uma aplicação bem específica de uma determinada arquitetura, além de protótipos de peças sanitárias ou louças para determinados segmentos industriais para produção em série”, afirma. 
 

Vantagens da impressora 3D

O que antes era apresentado em desenho, planta baixa e maquetes manuais, tornou-se mais realista e detalhado com o trabalho impresso. Para Evandro, isso também facilitou a comunicação com os clientes e aumentou o interesse destes em relação aos projetos. “Muitos não possuem o menor conhecimento em arquitetura e só sabem reconhecer a proposta após verem a maquete. Isso possibilita, inclusive, que contribuam para o processo de criação e fiquem mais satisfeitos com o produto final”, complementa. 
 
O designer 3D Fábio Ferreira, que trabalha há três anos com a impressora, explica que as novas tecnologias só trouxeram benefícios aos profissionais da área. “Antigamente um arquiteto tinha a opção de apresentar seus projetos com maquetes físicas feitas a mão, o que demoravam muito tempo. Nas últimas duas décadas a visualização de imagens 3D tomou conta do mercado imobiliário. Agora retornamos à maquete física com o auxílio da impressora”.
 
Com a maquete, fica mais fácil visualizar erros de design, equilíbrio e engenharia, proporcionando economia e ganho de tempo nas correções pré-execução e evitando problemas futuros. Outro benefício é que o arquiteto não precisa se prender a padrões da indústria e pode exercer sua liberdade criativa, trabalhando detalhes e acabamentos. 
 

O futuro da Arquitetura está na impressora 3D

Evandro Pereira explica que a realidade da impressora 3D no Brasil, apesar de tímida, é um investimento cada vez mais necessário e que tende a se consolidar. Porém, tanto na prática profissional, quando na área acadêmica, é necessário “conhecer as origens de cada técnica para compreender as atuais e com isso alicerçar uma formação mais completa possível dos futuros profissionais”, diz.
 
O professor deixa claro que as novas tecnologias não vem para substituir o ser humano e sim, auxiliá-lo. “O projeto sempre antecederá qualquer materialização, pois ele é a raiz de todas as criações de um arquiteto, mesmo que seja um simples croqui. A criatividade e o talento humano não podem ser substituídos”, finaliza. 
 
Fábio Ferreira corrobora da mesma ideia e complementa: “O futuro está sendo desenhado com os profissionais enxergando cada vez mais utilidades para a impressão 3D, indepente da área. É mais uma ferramenta a qual é preciso somar criatividade para inovarmos. O computador veio e substituiu o papel na hora de desenharmos e a impressora chegou para materializarmos nossas ideias com uma velocidade surpreendente”.   
 
 

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