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Dia internacional contra a discriminação racial: como ser antirracista dentro do ambiente acadêmico

Por: 21/03/2022 - 09:45

No dia 21 de março de 1960 aconteceu o massacre de Shaperville, na província de Transvaal, na África do Sul. Cerca de 7 mil pessoas protestavam contra as regras impostas pelo Apartheid, sistema de segregação implantado pela minoria branca no país. O confronto com a polícia causou a morte de 69 civis, além de 180 feridos, incluindo 29 crianças. A data ficou marcada internacionalmente, anos depois, como o Dia Internacional contra a discriminação racial, sendo reconhecida pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO).

 

Dentre as pautas mais abordadas nos últimos anos no Brasil, o racismo ainda é bastante recorrente, sendo preciso combatê-lo de todas as formas e em todos os meios, inclusive no ambiente acadêmico. A universidade, durante muito tempo, foi um espaço frequentado, quase exclusivamente, por pessoas brancas, havendo ainda uma grande necessidade da implantação e continuidade de políticas afirmativas como forma de ingresso. Dessa maneira, é preciso atentarmos para algumas iniciativas e comportamentos que constituem as práticas antirracistas que devem ser internalizadas por todos. 

 

Acesso ao ensino superior

Em 2018 um estudo realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontou que 50,3% dos estudantes nas universidades públicas se autodeclararam pretos ou pardos. Foi a primeira vez que a presença de estudantes negros se tornou maioria nas estatísticas de acesso ao ensino superior no país, um grande passo dado devido às ações de políticas afirmativas de acesso, também conhecida como a lei das cotas, implantada desde 2012. Além do ingresso nas universidades, há também a preocupação com a retenção desses estudantes. As políticas de incentivo incluem bolsa auxílio para o aluno se manter durante a graduação, além de acesso ao restaurante universitário de forma gratuita para os que comprovarem baixa renda. São ações importantes, cujo resultado pôde ser visto alguns anos após sua implantação.

 

Acesso à pós-graduação

Mesmo com a implantação da lei de cotas em 2012, foi uma questão de tempo para começar a ser notada uma mudança nos departamentos de pós-graduação das universidades. No entanto, a quantidade de estudantes negros em cursos de mestrado e doutorado, em comparação a de estudantes brancos, ainda é significativamente inferior. Isso se dá pelo fato de que as políticas afirmativas não são as mesmas, em termos de igualdade do número de vagas disponíveis. 

 

Utilização de bibliografia negra

A universidade é o local de produção científica de todas as áreas do conhecimento, e as referências bibliográficas são importantes para o embasamento de diversos estudos. Por isso, uma prática fundamental para combater o racismo no ambiente acadêmico é incluir autores negros no programa didático das aulas, para que mais estudos sejam realizados a partir deles. A diversidade racial na academia também faz parte dessas leituras e das reflexões feitas.

 

São passos aparentemente simples, mas que fazem a diferença no longo prazo para que as barreiras invisíveis do racismo sejam derrubadas. Comente aqui outras práticas antirracistas que você acha importante implantar no dia a dia para alcançar esse objetivo.

 

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