Clicky

Selecione a cidade
0800 281 9994

Notícias › Cultura


Dia do Historiador homenageia Joaquim Nabuco

Conheça um pouco da história do homem que contribuiu para o fim da escravidão no Brasil
Por: Ariana Catunda 14/08/2018 - 16:44 - Atualizado em: 19/08/2018 - 08:00
Em 2009, a Lei Nº 12.130 instituiu 19 de agosto como o Dia Nacional do Historiador em homenagem ao nascimento do pernambucano Joaquim Nabuco (1849-1910). Conhecido por ser, também, um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras (ABL), foi um dos grandes protagonistas do movimento abolicionista, que pôs fim à escravidão no Brasil.
 
Quem foi?
Foto: Acervo Joaquim Nabuco
 
Nascido em 1849, na cidade do Recife, Joaquim Aurélio Barreto Nabuco de Araújo era filho do senador José Tomás Nabuco de Araújo e de Ana Benigna Barreto Nabuco de Araújo. Cursou Humanidades no Colégio Pedro II e adquiriu o título de bacharel em Letras. Mais tarde, iniciou os estudos na Faculdade de Direito de São Paulo. 
 
“Lá Nabuco teve um contato ainda mais próximo com o movimento abolicionista, e isso se ligou de maneira quase natural aos seus ideais e seu desejo pelo fim da escravidão. O poeta Castro Alves, Rui Barbosa, Rodrigues Alves e Afonso Pena faziam parte de sua turma. Manteve intensa atividade nos grêmios político literários e nos jornais que animavam a vida acadêmica. O pensamento fervoroso estimulava sua produção”, comenta historiadora, Vivian Brandin. 
 
Em 1870, transferiu-se para a capital pernambucana, onde concluiu o curso na Faculdade de Direito do Recife. Já dando indícios do seu posicionamento político e ativismo social, o também historiador defendeu em Pernambuco, no Tribunal de Olinda, o escravo Tomás, que era acusado por um duplo homicídio. Habilidoso que era com as palavras, Nabuco conseguiu uma atenuação da pena do trabalhador e chocou a sociedade pernambucana pelos argumentos utilizados, colocando em xeque o regime da época e aliança entra as elites e a Igreja Católica.
 
No período de 1876 a 1879, foi enviado como adido de primeira classe, uma espécie de agente diplomático, primeiramente a Londres e, logo depois, a Washington. A política sempre foi uma das suas grandes paixões e isso levou Nabuco ao cargo de Deputado por duas vezes. 
 
O abolicionista
 
A entrada na Câmara marcou o início da sua luta em favor da libertação dos escravos, apesar de ser a favor da monarquia. Nabuco considerava que a escravidão era responsável pela maior parte dos problemas que os brasileiros da época enfrentavam e, por isso, defendia essa modalidade de trabalho fosse encerrada antes mesmo de haver qualquer mudança no cenário político.
 
Com forte contribuição das ações e discursos de Nabuco, em 13 de maio de 1888 foi sancionada a Lei Áurea. O Brasil foi o último país ocidental a declarar o fim do regime escravocrata. No entanto, a célebre citação “A escravidão permanecerá por muito tempo como a característica nacional do Brasil”, feita pelo Abolicionista em seu livro “Minha formação”, antevia a realidade brasileira de 130 anos, uma vez que, até hoje, muitos trabalhadores ainda não possuem condições dignas de trabalho.
 
Obras publicadas
 
Foto: Instituto Liberal
 
Sua principal obra foi "O Abolicionismo", publicada em 1883, e que tem “o peso de um documento de condenação moral e ética da escravidão”, como descreveu o próprio autor. “Nela ele desenvolveu uma análise sobre a influência da escravatura na sociedade brasileira. Essa obra chamou a atenção para a inexistência de um verdadeiro liberalismo no Brasil e para a necessidade de se resolver o problema da profunda divisão social originária da escravidão”, explica a Brandin.
 
Intelectual de grande reconhecimento e formação, Nabuco publicou outros livros de notável importância para a literatura, história e cenário político brasileiros. Entre os títulos, estão: "Le Droit du Meurtre”, publicado postumamente; “Camões e os Lusíadas” em homenagem a Luís de Camões; “L’Amour est Dieu”, que continha poesias líricas; “Um Estadista do Império”, biografia do pai, mas que traça a história política do país e configura-se como um livro de memória; “Minha formação”, reunião de memórias; e muitos outros.
 
Fundação
 
As contribuições desse homem para a sociedade foram tantas que, em 1949, o à época deputado, Gilberto Freyre defendeu a criação do Instituto Joaquim Nabuco, no Recife, que era “dedicado ao estudo sociológico das condições de vida do trabalhador brasileiro da região agrária do norte e do pequeno lavrador dessa região, que vise o melhoramento dessas condições”. Mais tarde, em 1970, esse equipamento foi elevado ao patamar de Fundação (Fundaj) e passou a ser vinculado ao Ministério da Educação e Cultura. Recentemente, os descendentes de Nabuco doaram para a Fundaj um acervo pessoal do abolicionista, composto por seis mil peças, entre fotos, cartas, inventários, cartões postais e diários, sendo a maioria inédita.
 
E você? Quer também fazer história e contribuir para as melhorias da sociedade brasileira? Conte aqui os seus projetos! 

Comentários