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Conheça as etapas de produção de uma vacina

A tão sonhada vacina para cura do novo coronavírus segue em estudo pelos países do mundo. Conheça quais são as etapas de produção
Por: 20/08/2020 - 13:37
O mundo vive uma pandemia por conta do novo coronavírus. O maior desejo de todos no momento é a liberação de uma vacina segura para garantir imunidade contra a COVID-19, doença transmitida pelo vírus. No entanto, mesmo com essa necessidade eminente, muita gente anda negligenciando o cuidado com a imunização contra outras doenças, com vacina disponível e confiável. Esse problema tem relação com o medo e a desinformação.
 
De acordo com a Organização Panamericana de Saúde (OPAS), três países americanos - Argentina, Brasil e México - estão atualmente combatendo surtos de sarampo. Entretanto, a doença pode ser prevenida com vacina, que no Brasil é gratuita e aplicada em postos de saúde da família. Para o médico de medicina preventiva, Alexandre Beltrão, falta mais incentivo governamental no sentido de conscientizar os cidadãos desde a base, com a gravidez da mulher, o acompanhamento regular do calendário vacinal da criança pelos responsáveis e a busca ativa por não vacinados nas comunidades.
 
A explicação do médico para o surto de sarampo vem justamente de uma geração que não recebeu a imunização na idade certa e ficaram vulneráveis à contaminação. “A questão não é a falta de vacina. Tem a vacina, mas a população com algumas informações inverídicas que circulam nas redes sociais tem levado a diminuição da cobertura vacinal”, explicou o doutor Alexandre.
Essas informações falsas surgem em grupos de conversas, em páginas anti-vacina muito comuns hoje em dia. Muitas propagam argumentos que não tem comprovação científica, como por exemplo, possíveis efeitos colaterais, más-formações fetais e desenvolvimento da doença que objetiva combater. O ponto primordial para todos antes de qualquer atitude que possa custar a saúde coletiva é a busca de fontes confiáveis, seja através da mídia, seja pelos profissionais de saúde, o médico de confiança ou o agente de saúde comunitária.
 
“De um modo geral quando respeitada todas as indicações e contraindicações com o rigor que o procedimento exige, as vacinas são seguras e eficazes e devem fazer parte da rotina de todos os médicos independente de sua especialidade. Outro fator de importância são as formas com que estas vacinas são guardadas, transportadas e por quem são aplicadas”, afirma o especialista em alergia e imunologia, pneumologia e Mestre em clínica médica, Antônio Aguiar Filho.
 
E qual o processo de fabricação de uma vacina?
 
Segundo o Doutor Antônio Aguiar Filho, elas são produzidas em geral a partir de microrganismos inativados ou atenuados e por substâncias que estimulam nossas defesas imunológicas quando entramos em contato com um agente infeccioso. Existem dois tipos de vacinas:
 
Atenuada - Passam por um processo para que o agente infeccioso, apesar de se encontrar vivo no interior da vacina, seja incapaz de causar doença, mas que consegue dá uma boa defesa ao organismo. Exemplos deste tipo de vacina estão as que combatem sarampo, febre amarela e caxumba.
Inativada - Possuem partes ou fragmentos de microrganismos que não estão mais vivos. Podem conter, por exemplo, proteínas que irão induzir a produção de anticorpos sem causar as doenças. São vacinas inativadas as contra meningites,  hepatites, raiva.
 
Para que uma vacina seja disponibilizada para população são necessários testes para garantir sua eficácia e que seu efeito não seja o oposto ao desejado.
 
1ª fase- A etapa inicial é feita pelos cientistas no laboratório visando descobrir quais moléculas devem ser utilizadas na composição da vacina
2ª fase não clínica– Agora a composição desenvolvida passa por testes com animais em experimentações in vitro para comprovação da eficácia.
3ª fase clínica – Os testes passam a ser realizados em humanos e aqui são divididos em 3 etapas:
Primeira etapa – Aplicada em um grupo pequeno de voluntários sadios. Testa a segurança, a eficácia da vacina, bem como a resposta imunológica do composto.
Segunda etapa – Também testa a eficácia e desta vez é aplicada em um grupo com centenas de voluntários, incluindo indivíduos do grupo de risco para aquela enfermidade.
Terceira etapa – Nesta última etapa milhares de pessoas testam a vacina. Ela é aplicada de fato na tentativa de combate à doença para qual se destina. Aqui ocorre a aprovação do produto, mas ele continua em estudo para se avaliar possíveis efeitos adversos e como reage ao sistema imunológico dos pacientes.
 
“As vacinas são muito importantes para nos proteger contra várias doenças que desafiam a nossa saúde. Doenças muito contagiosas - difteria, paralisia infantil, tétano, entre outras, são hoje ausentes ou pouco comuns no nosso país graças ao alto índice de vacinação no Brasil. Estes fatos confirmam que a vacinação continua sendo a forma mais eficaz e segura de prevenção de doenças infectocontagiosas”, frisa o mestre em clínica médica, Antônio Aguiar Filho.
 
E o Coronavírus?
 
Chovem notícias diariamente sobre a fabricação de várias vacinas que possam trazer imunidade, paz e segurança ao mundo inteiro. Contudo ela precisa também passar por todas as etapas citadas. Algumas estão no teste em humanos, inclusive aqui no Brasil. “No caso do Coronavírus vários países e empresas têm empreendido um esforço jamais visto na medicina. No entanto eu não arriscaria em dá um prazo, pois, os próprios players envolvidos até o momento não anunciaram de forma OFICIAL uma data para que elas estejam disponível para a população”, enfatiza o Doutor Aguiar Filho.
Agora é preciso ter paciência e continuar mantendo os cuidados exigidos pelas organizações de saúde e gestores públicos, confiando no trabalho dos profissionais envolvidos neste processo para que até lá estejamos todos bem.
 

 

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