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Investimentos em educação

Janguiê Diniz – Presidente do Conselho de Administração do grupo Ser Educacional – Presidente do Instituto Êxito - janguie@sereducacional.com
Assessoria de Comunicação Por: 24/10/2019 - 18:30
Isso pode ser influenciado pelo fato de sermos um país enorme, com grande número de estudantes
O Brasil, apesar dos avanços, ainda investe pouco na educação de suas crianças e jovens. É o que mostra o estudo Education at a Glance, divulgado pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e realizado com 46 países. Curiosamente, o Brasil faz investimentos acima da média no setor, mas o gasto por aluno é menor que a média da Organização.
 
O estudo mostrou que o Brasil investiu 4,2% do Produto Interno Bruto (PIB) na área de educação, do ensino fundamental ao médio e técnico, no ano de 2016 – último levantamento. A média dos países da OCDE foi de 3,2%. Na contramão desses dados, os gastos por estudantes foram muito abaixo da média: por exemplo, US$ 3.700 por aluno do ensino fundamental 2, ante a média de US$ 10.200; e US$ 4.100 no médio e técnico, frente a um gasto médio de US$ 10.000 dos países pesquisados. Ou seja, apesar de termos um investimento percentual maior, o absoluto ainda é baixo.
 
Isso pode ser influenciado pelo fato de sermos um país enorme, com grande número de estudantes. O percentual do PIB dedicado à educação se torna um pouco maior por isso, mas, quando se divide o montante pela quantidade de alunos, o investimento individual ainda é baixo. Há uma clara ineficiência no investimento dos recursos da educação.
 
Outro dado preocupante do levantamento feito pela OCDE é o do salário médio dos professores. Os docentes brasileiros recebem menos que a média dos países pesquisados e seu salário é ao menos 13% menor que o salário médio dos trabalhadores brasileiros que possuem formação superior. Algo de se estranhar – e questionar –, uma vez que o professor é o responsável por formar todas as outras profissões, difundir saber e orientar o estudante.
 
Ainda temos um longo caminho para chegarmos à devida valorização desse profissional, que enfrenta tantos desafios em sua lida. É inadmissível que um país que pretende se dizer desenvolvido invista tão pouco nos profissionais da educação. Uma nação não sai de um estágio de subdesenvolvimento se não pela educação. É o conhecimento que expande as mentes e liberta o indivíduo; e o professor é um dos mais importantes vetores de disseminação do saber.
 
O Brasil insiste em não dar a devida importância à educação. Como querer prosperar dessa forma? Dar assistência e infraestrutura aos estudantes significa garantir um futuro melhor para o país. É, sim, um investimento a longo prazo, mas que não pode ser preterido. Caso contrário, seremos sempre o país do futuro, mas nunca do presente.

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